Muitos barcos de papel
Eu fiz à luz da candeia.
Dobrava bem devagar
Depois de comer a ceia.
No Inverno à lareira...
Ali, todos bem juntinhos.
As mulheres faziam meia
Os miúdos uns barquinhos
Ou aviões de papel...
Que na escola arranjavam.
Pois ali naquele tempo
Com pouca comunicação
Poucos jornais chegavam.
Os homens jogavam cartas
A sueca e o chincalhão
Iam contando histórias
Quando havia um brincalhão!
E as crianças adormeciam
Nos joelhos de alguém
Os barcos nas mãozitas
Sem rio , mar...apenas tanque.
Pois na fonte da aldeia...
Onde a água se ia buscar
Ali não podiam eles
Com os barcos ir brincar.
No dia seguinte...
E nos intervalos da Escola
Onde aprendiam a fazer
Mais brinquedos
Que levavam na sacola!!!
Lá iam eles à canal
Onde as mulheres lavavam
Ou ao tanque ali próximo
Onde animais chegavam
Para água beberem
Antes do recolher...
E os barcos de papel
Desfaziam humedecidos.
Perante o olhar atento
E o desgostos sentidos
Até à hora de fazer mais
E imaginar também...
Como seriam os reais
Que apenas viam
Nas imagens dos livros.
E ali seus sonhos...
Ficavam , então cativos.
MTF
Sem comentários:
Enviar um comentário